Ciência.. ou não

Acho que tenho um fraquinho por livros de divulgação científica =)
E hoje lá foi mais um... comprei o 'Ciência ou Vodu' (Voodoo Science, no original) de Robert Park. O livro está escrito sobre a forma de narrativa e conta histórias incríveis sobre momentos muito insensatos na ciência.

Tinha que o comprar, porque estava mesmo à procura de alguma coisa que falasse do papel da credulidade humana (que todos temos) quando trabalhamos em ciência.
Por exemplo, acho absolutamente espantoso ter sido possível que durante o século XX, tenham sido levadas, pelo menos, três propostas ao senado americano, que tinham como base máquinas que geravam energia infinita. O mais absurdo de tudo não é tais teorias se lixarem para as leis mais básicas da termodinâmica, mas qualquer pessoa com formação básica de física e química de secundário poder provar que tais teorias estavam erradas!
Em crise energética, o desespero é total.

A estas histórias, seguem-se muitas mais, e uma pessoa questiona-se sobre o nivel de cultura ciêntifica que qualquer pessoa deveria ter. E mais importante, que nivel alguns profissionais deviam ter. Numa reportagem sobre futebol, utilizam-se reporteres especializados, mas se cobrirem um acontecimento científico, podem ser completamente ignorantes na matéria? Que perguntas farão?
(Para não falar do famoso caso em que o António Guterres pôs uma repórter em xeque, quando ela perguntou acerca do decréscimo do PIB, ao que respondeu 'Decréscimo? Mas se ele até subiu!' - utilizou uma simples derivada)

E assim gira a entreter a razão... ou ainda Portugal XXI

Há algumas coisas que mexem com as minhas entranhas. Que me arrepiam de tão medonhas. Porque podia tudo ser muito mais simples.

Refiro-me aos casos apresentados nesta notícia e neste post. Ambos remetem para situações que podiam ser evitadas se houvesse o mínimo de esforço em quebrar os preconceitos que geram este tipo de discriminação. Porque de facto no papel (refiro-me ao 13º artigo da Constituição) tudo funciona muito bem, mas as mentalidades não se mudam de um dia para o outro. E a confusão que cenas de afectos gera a muitos, inibe ainda o expressar de um dos direitos mais básicos [e naturais(?)] do ser humano: o direito de sentir-se a si e aos outros.

É preciso revolver a razão para que as mentalidades se dignem a sair da sua posição estagnada no tempo disponibilizando-se para um mundo plural - porque como já aqui disse antes, ao limitarmos os outros na sua plenitude de expressão, estamos a vendar os nossos olhos para a possibilidade de crescermos mais um pouco com eles.

Deixo aqui o meu apoio [virtual(?)] aos intervenientes referidos acima e também a todas as vítimas desta homofobia enraizada no nosso dia-a-dia.

P.S.: acabo com este excerto de uma letra da Alanis:

we would stay and respond and expand and include and allow and forgive and
enjoy and evolve and discern and inquire and accept and admit and divulge and
open and reach out and speak up
This is utopia this is my utopia
This is my ideal my end in sight

Apontamentos soltos

(1) Ontem à tarde comprei [finalmente!] o novo album dos Nightwish, Once, na sua edição limitada [hehe :)] - se bem que já há mais de um mês que ouvi a versão promocional do album, gosto sempre de comprar os cds originais e este então é uma autêntica obra-prima do metal sinfónico [e já não tenho de ouvir constantemente a irritante "You are listening to the new Nightwish album "Once" and this track is called..."]

(2) A noite de ontem foi uma tremenda seca.. gostaria de ter aproveitado o meu dia de descanso semanal de exames para me divertir um pouco mas nada se proporcionou, não saí, não deu nada interessante na Tv, tava sem vontade de ler, enfim... vou retomar os estudos hoje.

(3) O ponto positivo da noite: às 3 da manhã começou na RTP um filme que adorei ver há alguns/muitos(?) anos: Cocoon com os velhotes rejuvenescidos dos banhos na piscina com os "cocoons". Mas mesmo assim o sono foi mais forte e eu não resisti a adormecer por entre os braços do R.

A messenger will arrive...

Are you The Riddler?

1. Unidade de corpo e espírito numa dimensão universal - é a Via.
2. A côr que vemos quando toda a radiação electromagnética visível é reflectida;
3. Ser ou não ser marciano? Qual o género que te cabe a ti?

Soon

Metamorfoses Digitais

Recebi hoje um mail que me deixou deliciado. Ora atentem nas seguintes formas metamorfoseadas de espécies já bem nossas conhecidas.

Gosto particularmente do horsedog e do feliníssimo gato ;)

Fim

Há já algum tempo (3 de Abril), escrevi num post que tinha começado a jogar o Final Fantasy X. Um bocado contra as minhas expectativas, cheguei ao fim, hoje.

E gostei!
Não deixa de ser estranho, o jogo tem imensas falhas, mas desta nova geração, foi dos que me deu uma das experiências mais agradáveis. De longe.

Snake! Hey Snake!

Quem jogou Metal Gear Solid, de certeza que se lembra do ninja que usava um tipo de camuflagem que o deixava praticamente invisível. Pois os nossos amigos japoneses já conseguiram um efeito semelhante:

Antes de darem asas à imaginação, saibam que o que se está a fazer é projectar no objecto, previamente coberto com uma película especial, a imagem em tempo real que uma câmara está a filmar. No entanto, não deixa de fazer um efeito fabuloso, e até já têm várias ideias para aplicações práticas.

Mais detalhes sobre o projecto, e uns videos bem interessantes.

(A ideia deste efeito não é novidade, já apareceu antes em filmes como o Predator, ou Ghost in the Shell, mas é sempre especial quando vemos algumas partes dos nossos mundos de fantasia passarem para a realidade. Gostava de estar ainda vivo quando os japoneses construírem o primeiro robô gigante pilotado ;) )

Currais Quânticos

Aqui está um resultado muito interessante conseguido graças aos STM ("Scanning Tunneling Microscopes") - um tipo de espectroscopia que aproveita o efeito de tunel muito usado no estudo de superfícies.

O curral quântico (imagem acima) é um anel constituído por 48 átomos de Ferro adsorvidos a uma superfície de Cobre(III). Estes átomos de ferro constituem barreiras que confinam a um espaço parte dos electrões da superfície de cobre - isto faz com que os estados quânticos em que estes se encontram se tornem visíveis como as ondas concencêntricas que se visualizam acima (e que são previstas pela equação de Schrödinger a duas dimensões) - é um belo exemplo do comportamento ondulatório do mundo quântico e que ainda causa tanto cepticismo em muita gente.

HY=EY ... só mesmo para sistemas quânticos!

A equação HY=EY é a forma condensada da famosa(?) equação de Schrödinger, um dos pilares da mecânica quântica, e cujas soluções nos permitem conhecer as funções de onda que descrevem os sistemas em estudo e as energias associadas a cada estado dos mesmos.

Só gostava de saber qual é a função de onda que descreve o estado em que me encontro neste instante, em que estou com as energias reduzidas ao mínimo possível e mesmo assim contínuo em instabilidade latente. O operador Hamiltoniano não deve estar nas suas melhores condições. Demita-se.

P.S.1: Devo tar com os números quânticos errados certamente...

P.S.2: Este post é para ler e apagar da memória...

P.S.3: E sim, eu gosto bastante de Teoria Quântica.

Bem, não se perde nada em tentar...

Está uma petição online para trazer os Nightwish a Portugal...

Petição Nightwish em Portugal na Once Upon a Tour 2004/2005!

Eu já assinei. E tu? :D

Antigos Reis

...pouco dizem sobre estes magos, excepto que eram tão ingénuos que desencadiaram inadvertidamente uma tal paranóia no rei local[...]Só que, na canção, todos os reis levavam presentes para o Cristo menino. Fazem-no, mas ao fazê-lo, provocam infanticídio...

Jack L. Chalker, in "O Fogo de Melchior"

Untitled Post

Vazio. Plenitude de tudo.
Eu, neste local, esquecido do universo - berço do cosmos.
.
.

E instantaneamente, num ímpeto de criação. A tua silhueta.
Ofuscando miríades de constelações.
Viajando com a luz em simbioses de energia e do tempo.

[Polarizações de mim e de ti]

Retalhos do Sol Nascente

Este post, mesmo antes de ser escrito, fez-me reviver o meu 12º ano quando, em conjunto com o Ghast, fiz um trabalho para a disciplina de Música sobre a evolução da música japonesa (essa altura em que eu era ávido por conhecer tudo o que estivesse relacionado com o Oriente).

FONTE: Rolfe Horn

As imagens acima são, a meu ver, de uma beleza sublime - a terceira diz respeito ao célebre Festival das Lanternas de Nara realizado para honrar a vida dos povos ancestrais e sintetiza bem aquilo que o Japão me transmite: um misto de fascinação e respeito (refiro-me principalmente ao ambiente do período antigo do Japão até ao séc XVI-XVII)

A música que está agora* como background de fundo do blog é de Bonnie Pink - uma japonesa ídolo de muita gente do mundo do J-Pop. A música chama-se "Inu to tsuki" o que traduzido para português é qualquer coisa como "O Cão e a Lua" [ver a letra - e divirtam-se a traduzir o japonês ;)].

*(Esteve até dia 19 de Junho)

Debate "Visibilidade Virtual"

Agora mais um pouco de serviço público para algo que parece ser deveras interessante. Afinal qual o papel da blogoesfera (e da Blogayesfera) neste universo virtual?

Irá realizar-se no dia 23 de Junho, às 19h, um debate sobre a Visibilidade Virtual, co-organizado pela ILGA Portugal e pela rede ex aequo, no Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa, na Rua de S. Lázaro nº88.

A entrada é aberta a todos!

Pretende-se debater a criação de espaços alternativos através de blogs e do fórum da rede ex aequo na temática homo/bissexualidade, identidade de género e homofobia perpetuada muitas vezes de forma incorrecta nos media e na Sociedade em geral.

Qual a vantagem em criar/estabelecer redes e fazer internet - no sentido lato da palavra - a um nível mais pessoal seja através de blogs ou do fórum da rede ex aequo, e porquê a necessidade de nos escondermos por detrás de um nick em vez de usarmos o nome verdadeiro? Quais as principais motivações para Visibilidade Virtual?

Até que ponto estes novos espaços ajudam na desconstrução de falsas crenças e mitos sobre a homo/bissexualidade e questões de identidade de género, assim como no combate à homofobia interna, institucional, social e organizada? Que impacto provoca a blogayesfera na blogosfera? Ou quem adere à campanha digital da rede ex aequo no espaço virtual e o que muda nas mentalidades das pessoas?

Estamos a contribuir para a difusão de informação pertinente e correcta na temática LGBT: notícias, marcha, testemunhos, actividades, situação jurídica/ legal actual em Portugal?

A visibilidade - ainda que virtual - diminui o preconceito?...

APARECE!

publicado do Cacaoccino

/---------------------- nascido do mar ----------------------\

Algures no tempo, peugadas esquecidas na areia contam-me contos dos sonhos de uma criança outrora vivida - de uma lágrima diluída na maré deste universo de utopias onde me perco e me reencontro......e desencontro.... e reencontro. Eternamente.

"Unbounding Mysteries" por Nuno Tenazinha

The moon is hiding
Behind the black silky clouds
Expanding through the edges
When its inner spell arises.

From the deeper feelings
Of an ocean realm
A saddened angel
Rises to reach eternity
Is it a dream?
[Or the awakening reality?]

It’s the last journey!
Quest to unbind the mysteries:
The truth beneath the Ages.

We shall seek above the stars
Under the sea
We shall discover the key
To the beginning
[Origin of dreams]

“Storms of light, forever lost memories, giving birth amidst the deep ocean blue…”

"Planet Hell" por Nightwish

Denying the lying
A million children fighting
For lives in strife
For hope beyond the horizon

A dead world
A dark path
Not even crossroads to choose from
All the bloodred
Carpets before me
Behold this fair creation of God

My only wish to leave behind
All the days of the Earth
An everyday hell of my kingdom come

The 1st rock thrown again
Welcome to hell, little Saint
Mother Gaia in slaughter
Welcome to paradise, Soldier

My 1st cry neverending
All life is to fear for life
You fool, you wanderer
You challenged the gods and lost


Save yourself a penny for the ferryman
Save yourself and let them suffer
In hope
In love
This world ain`t ready for The Ark
Mankind works in mysterious ways

Tuomas Holopainen

Espectros do Corpo

Algo que sempre me chamou a atenção foi o nu. O corpo. A perspectiva do corpo. A expressão das formas. A pele - essa membrana que nos separa do mundo. A cor e os timbres da pele.

Há pouco passei no ArtNudes e encontrei lá um post sobre um fotógrafo que me cativou de seu nome Dylan Ricci.

Acho que as fotografias têm sempre subjacente uma leitura pessoal - o toque do I Shin Den Shin* e estas tocam-me especialmente pelo contraste e mutualismo real/místico que me transmitem. Pelos contornos do movimento bem delineados.

O site de apresentação da obra de Dylan está bem conseguido e acho que vale a pena uma visita.


*PS.: I Shin Den Shin é uma expressão japonesa que pode ser traduzida como "Da minha alma à tua"

Reminder

Há pouco tempo fui ver a peça "Olhos Desfiados" do GTIST e recomendei-a aqui. Pois bem, soube hoje que nos dias 7, 8 e 9 de Junho (se não estou em erro) irão decorrer novas apresentações na Sala de Teatro do IST (Secção de Folhas). Citando o GTIST: "Proibida a entrada a quem não andar espantado de existir". Vão ver.

O que fazemos? porque fazemos?

Hoje fiquei muito pensativo com uma cena a que assisti no infantário do IST. Ia eu a caminho do edifício de Pós-Graduação e passei pelo jardim em frente da Torre Sul onde estava uma data de crianças em diversos jogos com algumas educadoras de infância. Mas o que me chamou verdadeiramente a atenção foi um dos grupitos em que estavam em círculo meninas e meninos, intercalados, e de mãos dados e, guiados pela educadora, cantavam várias canções alegremente - contudo, no meio das crianças estava um rapazinho a chorar.

A Educadora insistia então com ele: "Então que se passa contigo? Não estás contente com o jogo? Vê só, estás no meio de duas meninas muito lindas, devias estar contente de estarem de mãos dadas. Devias estar contente."

Devia. Mas não estava. Porque da última vez que olhei para ele ainda chorava copiosamente.

Porque ainda vive uma criança dentro de mim...

Pensamento do dia

"É uma verdade lógica e simples que, a não ser que se dê uma emigração em massa para o espaço, em foguetes descolando à razão de vários milhões por segundo, às taxas incontroladas de nascimentos terão de corresponder valores terrivelmente elevados das taxas de mortalidade. É difícil de acreditar que esta verdade não é compreendida pelos líderes que proíbem aos seus seguidores o uso de métodos anticoncepcionais eficazes. Tendem a preferir os métodos "naturais" de limitação da população, e um método natural é exactamente aquilo que obterão: a fome."

in "O Gene Egoísta" de Richard Dawkins