sexta-feira, janeiro 30, 2004

Alguns links interessantes...e mais Bush

Hoje o Ghast mostrou-me alguns endereços curiosos.


Smileys : de tudo um pouco, deem uma vista de olhos
ZipperShark - "Bush: You Are a F*ckin' Moron" : façam o download do filmezinho e tomem atenção ao texto, é hilariante
Parafuso: é por isto que eu me orgulho de ser português e de pertencer ao IST...

See ya...

terça-feira, janeiro 27, 2004

Do Princípio da Incerteza ao Mushin Parte II

Aproveitando para fazer um paralelismo com a Incerteza de Heisenberg, gostava de introduzir agora o conceito de mushin. Mushin significa, literalmente, "alma vazia" e representa um dos fundamentos básicos do Zen - o Vazio. Por Vazio entende-se uma disponibilidade para o acto criativo, ou por outras palavras, o desapego de "pre-conceitos" (no seu sentido mais profundo), que permita uma interacção "ingénua" com o meio, de forma a dele podermos captar as mais subtis menifestações.

Este conceito surgiu ao longo dos séc. VI até VIII, na India e na China, por meio de várias correntes do t'chan.(*) Foi o despertar da consciência dos díscipulos de Shakyamuni (o primeiro buda) para a incerteza inerente à vida. Surgiram na altura vários koan (paradoxos que ajudavam os alunos na sua procura interior): como exemplo o dos monges cegos que, tocando um elefante, apenas conseguem ter evidência de partes do elefante. (foi este koan que deu o nome ao recente filme de Gus Van Sant "Elephant")

A incapacidade humana para conhecer uma realidade absoluta está subjacente à nossa própria existência [que é só por si bastante incerta]. E o princípio de Heisenberg terá sido um grande passo na tomada de consciência disto pela comunidade científica [ao ponto de os fazer rever as posições absolutas e arrogantes que eram constantemente tomadas]. A filosofia Zen budista ensina-nos a esvaziar o espírito para que possamos pesar o macro e o micro, permitindo-nos um despertar para a nossa importância enquanto seres vivos, mas também para a nossa insignificância enquanto seres num Universo. O livre arbítrio será aí uma sucessão de "livres arbítrios" convergindo para uma estabilidade [obviamente dinâmica] onde a perfeição não existe mas onde coexistem as imperfeições.

Acredito que num futuro próximo [talvez não muito longínquo?] seja possível uma fusão dos pensamentos ocidentais e orientais porque ambos se complementam bastante bem [se entretanto não nos aniquilarmos, mas creio que não]... é necessário acordar para uma pluralidade de realidades que, independentemente de nós, coexistem. E fico-me por aqui...



(*) Para os interessados sugiro um livro bastante bom que faz uma pequena introdução ao Zen, de um ponto de vista de evolução histórica desde o seu surgimento na India, ao t'chan na China e mais tarde a sua introdução no Japão. É da autoria de Jacques Brosse: "Mestres Zen" - existe uma versão portuguesa editada pela Pergaminho.

sábado, janeiro 24, 2004

Do Princípio da Incerteza ao Mu Shin Parte I


[em "Calvin&Hobbes: There's Treasure Everywhere" p. 30 AUTOR: Bill Watterson]

Versão Portuguesa: Calvin observando as estrelas grita "Sou Importante!!"... "Gritou o grão de areia..."

Foi no ínicio do século XX, no "boom" da Mecânica Quântica, que Heisenberg inseriu um dos mais famosos princípios da Teoria Quântica - refiro-me ao Princípio da Incerteza de Heisenberg.

A revolução conceptual posterior à sua introdução é, no mínimo, fascinante. Basicamente Heisenberg diz-nos que é impossível conhecer em simultâneo a posição e a velocidade de uma partícula sem que haja inerente uma incerteza. Em termos práticos: se tivermos uma partícula em movimento com velocidade definida, não conseguimos saber a sua posição (temos uma incerteza infinita!), isto é, no momento em que a tentamos observar existe uma probabilidade [embora pequena] de ela se encontrar em qualquer ponto do Universo. (*)
A razão deste fenómeno é que para que possamos observar uma das variáveis, nós Homem temos de interferir e assim, automaticamente é incutida a incerteza à outra variável [físicos como Schrödinger e Einstein mostraram-se relutantes face à imposição de que, nestas condições, a nossa existência é crucial para que tudo possa existir - até à altura impunha-se a ideia de existir uma realidade independente da nossa existência]

A meu ver isto traduz uma dimensão muito profunda das micro e macro relações que governam o Universo, não só a nível puramente físico, mas biológico, psíquico e interpessoal - é o preço a pagar por existirmos: o livre arbítrio (que talvez não passe de uma incerteza :)) Um livre arbítrio de que usufruimos mas que não nos pertence - "Condenados a ser livres" como dizia Jean-Paul Sartre.

(continua...)



(*) Uma experiência um tanto "weird" é o bombardeamento de uma placa metálica com um electrão, existindo na placa dois pequenos buracos afastados: verifica-se que o electrão atravessa os dois buracos ao mesmo tempo!

sexta-feira, janeiro 23, 2004

"Sleeping Sun"

"The sun is sleeping quietly
Once upon a century
Wistful ocean calm and red
Ardent caresses laid to rest

For my dreams I hold my life
For wishes I behold my night
The truth at the end of time
Losing faith makes a crime

I wish for this night-time
to last for a lifetime
The darkness around me
Shores of a solar sea
Oh how I wish to go down with the sun
Sleeping
Weeping
With you

Sorrow has a human heart
From my god it will depart
I'd sail before a thousand moons
Never finding where to go

Two hundred twenty-two days of light
Will be desired by a night
A moment for the poet's play
Until there's nothing left to say..."

by Tuomas Holopainen

Genes

Um pouco na continuação do post anterior, neste momento (e há já algum tempo) ando a ler "O Gene Egoísta", de Richard Dawkins. O livro já tem uns anos (a data do primeiro prefácio é de 1976) e muito resumidamente, a teoria diz que o rumo das várias evoluções, e o comportamento que hoje vemos em todos os seres vivos, não é mais que uma consequência da 'luta' dos genes para sobreviverem (em oposição aos seres vivos. E até explica muito bem esta ideia, ao evidenciar o efémero que um único ser é, se pensarmos que um gene pode ser imortal). Também nos diz que este comportamento é impulsionado por um sentimento egoísta de sobrevivência (ao contrário do altruísmo defendido na Selecção de Grupo).



Durante o livro, achei interessantíssimo vê-lo falar dos "seres vivos" como meros instrumentos dos genes.
Explicando: os genes controlam o corpo através de síntese proteica, um método muito eficaz, mas muito lento para responder a estímulos exteriores. A resposta dos genes foi a criação de máquinas pré-programadas que soubessem responder correctamente (este correctamente será sempre no interesse dos genes) ao maior número de estímulos. Pois nós somos essas máquinas, construídas à imagem e interesse dos genes.

Com o advento da consciência humana, tornou-se possível ignorar algumas das programações dos genes (não sei como será noutros animais). E põe-se a seguinte questão: olhando para o mundo como ainda é hoje, nós que por vezes nos sentimos orgulhosos ao chamar-nos 'civilizados' não fazemos mais que submeter-nos, na maior parte das vezes, aos desejos egoístas dos genes. Qual será o próximo passo evolutivo?

(pessoalmente, acho que neste momento estamos a caminho de um equilíbrio entre a programação dos genes e a programação feita pela educação. Mas como sempre, isto são coisas que levam muitos, muitos anos, décadas e séculos.
Ang3luz, tu é que és o geneticista, se houver alguma coisa a corrigir avisa ;) )

Limites da Vida

Na sequência de uma conversa que tive à pouco tempo com o TheVermelho achei por bem deixar aqui um momento de reflexão [que faz falta a muita gente nos dias que correm...]. Com a questão do novo referendo para a legalização do aborto tem ressurgido [e veio à conversa no programa "Prós e Contras" da RTP1] a muito controversa questão dos limites da vida [aqui entendida como vida humana]... é sem dúvida um assunto muito delicado e, a meu ver, de complicada resolução.
Também em vários aspectos da clonagem humana [quando se lembram de que as ciências biológicas não páram no tempo...] este tem sido, sem dúvida, um assunto por demais discutido.

Por isso mesmo não é disso que eu aqui falo :)

Quando nós discutimos acerca da vida estamos geralmente centrados naquilo que melhor conhecemos: nós próprios! e esquecemos que de todas os milhões de anos de evolução biológica há quem muito mais tenha a dizer do tema.
A vida é muito anterior ao Homem [talvez até ao próprio Universo, do pouco que dele conhecemos].
Mas é também importante mencionar a importância que a nossa espécie teve na percepção das diferentes dimensões inerentes a essa própria vida e da forma como actualmente [e infelizmente...] isso passa ao lado a muita gente.

Como exemplo posso usar a clonagem. A própria palavra "clonagem" deve deixar um sentimento de desconforto quando ouvida por um leigo em matérias de biotecnologia. Clonagem - esse atentado à sobrevivência humana! É um facto que o termo clonagem é usado e abusado desde à bastante tempo (meio século aproximadamente) desde que se começaram a desenvolver as ferramentas da Biologia Celular e Molecular.

Em laboratório, é prática comum o uso de "vectores de clonagem" que permitem fazer estudos genéticos em várias estirpes bacterianas... eliminam-se genes para testar funções biossintécticas, fusões de DNA, etc etc... Brinca-se com a vida a um nível mais primordial, com seres que, a nível evolutivo, existem à muito, mas muito mais tempo que nós - e que, atenção, são essenciais [ao contrário do que se possa pensar] à existência da nossa espécie.

Ás vezes penso que deveriamos ser mais humildes para com o Universo que nos rodeia, para que possamos [algures num futuro distante...] tomar uma maior consciência do nosso papel enquanto humanos.

Fica aqui.. apenas para a reflexão.


["A Força do Mar" AUTOR: O Maltês FONTE: 1000 Imagens]

E pensar que a nível molecular a vida não é mais do que um imenso código que se limita a sintetizar proteínas, inúmeras proteínas... e que está muito longe da perfeição porque também são cometidos erros, por vezes bem graves do ponto de vista da sobrevivência. Não obstante é tudo isto que me deixa feliz por ser humano e poder admirar a beleza que é intrínseca a todas as coisas.

quinta-feira, janeiro 22, 2004

Instantaneamente

"Escutai! - e todo o mar se revolta
Em aparições inconstantes
da tua essência"

por Nuno M. Tenazinha


["Gota Azul" AUTOR: Pedro Gomes FONTE: 1000 Imagens]

quarta-feira, janeiro 21, 2004

...e mais uma vez Bush

Jantava eu comodamente, aproveitando para me pôr a par das noticias do dia quando me deparo com uma voz familiar (e diga-se também algo incomodativa)... mais uma vez reconhecemos Bush no seu discurso do Estado da União... e mais uma vez o espírito de pseudo-conservadorismo se eleva para mostrar ao Mundo que o presidente dos Estados (des)Unidos da América é um exemplo de bons costumes, de tradição, de Paz (acima de tudo): ele prometeu que irá existir uma lei que impedirá o casamento entre homossexuais (para regozijo de muitos conservadores).

Mudei de canal. Prefiro acabar de comer sem mais sobressaltos.

P.S.: Ás vezes pergunto-me se este senhor existirá de facto, ou se não será uma construção alienígena a tentar avisar os habitantes deste nosso planeta do perigo que corremos senão mudarmos rapidamente a nossa forma de estar na vida...

Novo recrutamento

E mais um novo recrutamento para este blog que começa a crescer :) Vi-te pela primeira vez na universidade perto de uma sala de aula e desde logo fiquei fascinado pela tua presença [e por ti ;)]. Dois anos decorridos e essa fascinação cresce a cada dia que passa: TheVermelho.

Obrigado por existires, adoro-te :)

"Amar,
é e x p l o d i r e m t o d a s a s d i m e n s õ e s
[a_simetria de dois corações]"

terça-feira, janeiro 20, 2004

KODO, ou o espírito de uma criança

Será em Fevereiro que vem ao Coliseu dos Recreios em Lisboa um grupo que me está a despertar muita curiosidade.
Chamam-se Kodo.



Os Kodo são um grupo de músicos japoneses dedicados à arte do Taiko - o taiko é um tambor ancestral que veio permanecendo na cultura nipónica desde os seus primórdios (Período Heian séc VIII), altura em que era utilizado nas aldeias para "marcar território".

Esta é a sua apresentação:
"KODO é um grupo cuja actividade se centra no tambor japonês ou taiko. Ao mesmo tempo que exploram os inúmeros trilhos das artes de representação tradicionais, estão empenhados na criação de algo de novo para os tempos modernos. O nome “Kodo” tem dois significados. Os significados tomados à letra dos dois personagens que compõem o nome em japonês são “tambor” e “criança” - transmitindo a ideia de desejo do “Kodo” de tocar o taiko com sentido puro, com o coração de uma criança. A palavra “Kodo” é também homónima de “batimento de coração” – a mais fundamental fonte de ritmo da humanidade – o primeiro som que uma criança ouve no ventre da mãe."

O seu repertório é extenso e (!) existem já vários remix de algumas composições deles feitas por vários djs estrangeiros, razão pela qual acho que vale a pena dar um pulo ao Coliseu dos Recreios. Hope you like it :)


Alguns links:
(1) KODO - Site Oficial
(2) Coliseu dos Recreios

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Apresentação

E aparece Ghast MWHAHAHAHAHAHAHA
(temível?...obrigado pela parte que me toca)

Só falta saber o que é suposto por num blog. Bem, alguma coisa há de se arranjar.

Hum... como por exemplo, uma discussão científica sobre a possibilidade do Super-Homem poder fazer sexo:

  • Man of Steel, Woman of Kleenex
  • domingo, janeiro 18, 2004

    Mudanças

    Passado algum tempo desde a criação desde blog [e com o pouco tempo disponível que tenho] parece que finalmente ele começa a ter a forma que eu esperava... além disso tenho o prazer de anunciar aqui um grande amigo meu que passará a ser um "postant" [espero que frequente...:p]

    Porque mais do que um blog, pretendo aqui discutir as várias visões do ser, em toda a dimensão humana [ou não].

    Obrigado J.B. (aka Ghast, o temível)