sábado, janeiro 22, 2005

Amigos

Só hà pouco tempo, depois de uma conversa com amiga sobre amizade e sexo, é que reparei, como quando um raio nos atinge, o hipócrita que é a frase "Gosto muito de ti como amigo", e como as pessoas quando a usam não têm noção disso.

Hipócrita, porque o que queremos dizer é "Não te quero como namorado/a" e recusar a proposta da outra pessoa, e em vez disso ainda dizemos que gostamos muito dela!

O mais grave é a isto suceder uma amizade um tanto estranha, (que de amizade tem muito pouco) se as duas partes não deixarem as coisas bem claras, como tantas vezes acontece se uma das pessoas não está em nada interessada.

Acho preferível discutir o assunto com a outra pessoa, e deixar tudo bem claro. Além disso, poupa muitos problemas...

domingo, janeiro 09, 2005

Já me perguntei muitas vezes porque é que prefiro tanto a noite para actividades caseiras, como trabalhos, o computador e os jogos, e faz-me tanta impressão usar a tarde.
Só há pouco tempo reparei que durante a noite, não há uma noção de que o tempo passou, a noite é igual em todas as horas. A mudança de luz durante a tarde induz paranóias stressantes em relação ao tempo...

quarta-feira, janeiro 05, 2005

+ Tugas

Outro sintoma do complexo de inferioridade português:

É muito comum encontrar nas mais variadas áreas de expressão um Síndrome do Grande Artista, em que tudo o que se faz e pode ser feito tem que ter um Grande Selo de Qualidade, que na prática ostraciza tanto os autores, como as obras (independentemente de terem algum valor ou não), e leva a uma situação onde um pequeno grupo de pessoas e amigos (e não raras vezes o Estado...) suporta esses trabalhos.

O cinema português é um exemplo gritante desta situação, mas pode-se estender a outras áreas como a banda desenhada e a pintura.
Felizmente, hoje em dia há já produção nacional que tem ou vai tendo pernas, como a prosa (normalmente em forma de romance) ou a música, e acho que isso se deve a uma ‘banalização’ do que é feito. Ao se fazer produtos mais acessíveis, chega-se a uma massa muito maior, e dentro desta massa é que se deve depois encontrar quem suporte aquelas produções mais ‘difíceis’ (naturalmente aparecem, porque há sempre quem fique insatisfeito com o que normalmente se produz).

É por isso que considero o “Sorte Nula” como muito bom para o cinema nacional. Primeiro, e antes de tudo o resto, é preciso habituar as pessoas a ver cinema em português.

terça-feira, janeiro 04, 2005

Tugas...

Há pouco tempo, em conversa com uma amiga, ela provou ter razão sobre determinado tema enquanto falava comigo e não escondeu isso. Então diz-me que o caso lhe lembrou uma conversa que certa vez teve com um professor alemão, que dizia não entender porque é que os portugueses têm tanta dificuldade em assumir que fizeram isto ou aquilo (no caso de ser bem, se for algum disparate, todos estão prontos para contar as suas histórias, para ver qual será a pior).

Sinto esta situação todos os dias, em que o comum é nivelarem-se pelo denominador mais baixo. E não me parece que seja apenas modéstia, em Portugal é realmente difícil ser-se bom, porque as pessoas não se sentem à vontade com alguém assim.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Genes

Os genes não são entidades vivas e conscientes.

Da maneira como falo dos genes, pode dar a entender que são uma espécie de homenzinhos a controlar conscientemente a nossa vida.
Eles controlam-nos, no sentido que são eles que definiram previamente, ainda antes de termos nascido, que acções desencadeariam as reacções químicas que irão libertar as hormonas que nos farão tristes, ou alegres, calmos ou agressivos.

A nossa consciência permite-nos escolher que reacção teremos a estas emoções, ou seja, se seguimos o instinto ou não.

domingo, janeiro 02, 2005

Survival Machines

Não somos mais que máquinas de sobrevivência. Na luta constante da evolução, a consciência revelou-se uma arma terrível, um salto evolucional que ao longo de todos estes anos tem-se mostrado muito eficiente ao superar todas as outras máquinas de sobrevivência.

Consequência: uma consciência de si egoísta que beneficia os genes, ao dar-nos a ilusão que somos donos e senhores da nossa vida, dos nossos desejos e das nossas decisões, que nos empurra para um estado de eterna competição em que temos que ser os ‘melhores’.

sábado, janeiro 01, 2005

Ano Novo, a Vida Continua

Antes de mais, feliz ano novo. Os meus votos para este ano:

Por muito que se diga o contrário, neste momento vivemos numa sociedade extremamente pouco racional, e pouco desenvolvida. Não falo de classes com pouca instrução, é um fenómeno que pouco tem a haver com o grau académico.

Há quem diga que o que nos separa dos animais é a educação, outros, a inteligência, e há muitas mais opiniões por aí. Mas eu digo, o que realmente nos separa dos outros animais, é podermos contrariar o nosso instinto. Ponto final, acaba aqui.

Podemos ser a pessoa mais educada do mundo, ou ser o cientista mais brilhante, mas se no final, as nossas motivações resumem-se a satisfazer os nossos instintos, não estamos a ser 'melhores' ou diferentes de outro qualquer animal, apenas utilizamos outros recursos.

Os meus votos são que não nos esqueçamos que somos animais, e que todos os dias, quase tudo o que fazemos é para responder a desejos do nosso corpo. Talvez aí, depois de reconhecermos a nossa situação, possamos ser um pouco mais racionais.