quarta-feira, janeiro 05, 2005

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Outro sintoma do complexo de inferioridade português:

É muito comum encontrar nas mais variadas áreas de expressão um Síndrome do Grande Artista, em que tudo o que se faz e pode ser feito tem que ter um Grande Selo de Qualidade, que na prática ostraciza tanto os autores, como as obras (independentemente de terem algum valor ou não), e leva a uma situação onde um pequeno grupo de pessoas e amigos (e não raras vezes o Estado...) suporta esses trabalhos.

O cinema português é um exemplo gritante desta situação, mas pode-se estender a outras áreas como a banda desenhada e a pintura.
Felizmente, hoje em dia há já produção nacional que tem ou vai tendo pernas, como a prosa (normalmente em forma de romance) ou a música, e acho que isso se deve a uma ‘banalização’ do que é feito. Ao se fazer produtos mais acessíveis, chega-se a uma massa muito maior, e dentro desta massa é que se deve depois encontrar quem suporte aquelas produções mais ‘difíceis’ (naturalmente aparecem, porque há sempre quem fique insatisfeito com o que normalmente se produz).

É por isso que considero o “Sorte Nula” como muito bom para o cinema nacional. Primeiro, e antes de tudo o resto, é preciso habituar as pessoas a ver cinema em português.