domingo, julho 24, 2005

Qual o som de uma mão a bater palmas?


"Para os ocidentais, provavelmente nenhum aspecto do Zen é tão enigmático e intrigante como o koan - ou tão mal entendido. Um koan não é um enigma, nem um paradoxo para confundir a mente. Pelo contrário, trata-se de parte integrante de um sistema desenvolvido ao longo dos séculos para auxiliar o estudante a alcançar uma compreensão directa da derradeira realidade. Oriundo do japonês ("público") e an ("proposição"), o koan pode ser uma pergunta, um excerto das sutras, um episódio da vida de um antigo mestre, uma troca de palavras num mondo, ou qualquer outro fragmento de ensino. Existem cerca de 1700 koans tradicionais."

in "Pequeno Guia do Zen", edições 70

O meu interesse pela fusão do conhecimento ocidental e oriental conduziu-me a aprofundar um pouco mais o Budismo Zen, a sua mensagem e a forma em como ele orienta (directa ou indirectamente) o dia-a-dia dos orientais. O ponto que mais me apela é a aparente dicotomia unidade/pluralidade que derruba muitos dos ideais ocidentais: como o corpo e a mente, que são duas entidades unificadas há muito tempo na China antiga e que só desde o século passado se começou a fazer sentir por cá (e principalmente na ciência porque em grande parte das religiões ocidentais essa divergência teima em ser mantida) - por isso acho tão importante construir uma perspectiva integrada do mundo.

"Olha para a tua própria visão - pensa na mente que pensa. Quem é?"

Wu-Men