Um post para o Nuno
Quando comecei nestas coisas dos blogs, a mania não era tão generalizada como hoje em dia. Mas o 'Uma Visão do Ser' era um desses pioneiros e sempre contou com a minha atenção, não só devido às temáticas abordadas como pela curiosidade que os seus autores me despertavam. Cheirava-me a boa pessoa por trás daquilo. A mania começou a pegar e surgiram então outros blogs a que comecei a dar mais atenção, até porque a Visão não prima pelas actualizações frequentes (mea culpa também...). O tempo passou, mas parece que o destino se havia de encarregar de juntar as duas alminhas.
Certo dia, depois de ter despertado uma outra mania, a do Hi5, o Nuno mete conversa comigo, identificando-se e tal. Nessa mesma noite falámos no MSN e vimos imediatamente que havia imenso em comum: gostávamos de ciência, éramos do Algarve, tínhamos sentidos de humor parecidos... Estava a nascer uma grande amizade. Fiz tudo ao meu alcance para me aproximar. Os primeiros tempos são sempre duros. Quando nos aproximamos de um grupo tão consistente como o grupo do Alkimia sentimo-nos constantemente avaliados, testados. 'Será que algum dia lhes vou conquistar a confiança?' - pensava. Só mesmo o tempo foi capaz de cimentar as amizades que fiz. E o Nuno teve um contributo decisivo, não só pelo seu poder unificador como pela sua simpatia.
Hoje em dia dou-me bastante bem com a maior parte da malta: claro que melhor com uns do que com outros. O Nuno é sem dúvida aquele de quem me sinto mais próximo. Por isso, também a mim me custa imenso a sua partida. Gostei de ter tido o previlégio de poder acompanhar os últimos momentos em terras lusas: fez-me sentir especial. Afinal de contas aquilo que, no início, eu não saberia se algum dia viria a ser. Mas a resposta deveria ter sido óbvia desde o início: a química era forte e impossível de ser ignorada. Se no início não havia grande confiança era pura falta de vivências em comum. Depois de tantos jantares, cafés, cinemas e outras tantas confraternizações tenho a certeza de poder contar com um grande amigo, daqueles de pedra e cal. É por isso que não me assusta a sua ausência em demasia: quando ele voltar, será tudo igualzinho, como se o tempo que durou nunca tivesse existido. Até lá, a maior das sortes lá pela terra das flores.
Um grande abraço do teu sempre amigo:
sToRmChAsEr
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