Sexo

Na Sexta-feira deu um programa na 2: que falava da história do sexo e, pelo que diziam, muitas das idéias que temos agora acerca do sexo vêm de opções que a Igreja tomou na Idade Média ou antes, e que foram ficando. Segundo eles, naquela altura, uma grande concorrente do Catolicismo era o Paganismo, que incorporava o sexo como uma parte muito forte e importante - e para a Igreja Católica dizer que era diferente, atacou o sexo.

O que pretendo dizer é que há muitas ideias que ainda têm um grande peso, por causa de um punhado de frustrados que impigiram às pessoas uma data de leis morais: que diziam que não se podia ter sexo antes do casamento, que masturbar-se fazia mal, que os homens não podiam ter prazer anal, onde o casamento era visto como uma amarra.. e estas são as mais óbvias.
O que me assusta é que tenho reparado em coisas mais subtis, atitudes que qualquer pessoa que não tenha nada a ver com a religião poderá considerar virtudes, mas que também aparecem por causa de uma regra imposta pela Igreja à seculos atrás, pelas razões mais duvidosas. (No outro dia a falar com o D. apercebi-me de duas pelo menos. A ver se me lembro...)

Então, oiço dizer agora que antigamente as pessoas eram demasiado libertinas no sexo, e que agora as coisas estão mais evoluidas - mas essa evolução, esse restringimento do sexo, surge de uma religião que tomou essas opções porque queria marcar diferença, não por terem uma boa base filosófica (e nessa altura nem se podia falar de base biológica..).

E pronto, estas coisas irritam-me profundamente... Tomar como correcto e como ponto de apoio algo que à partida não está assim tão sustentável.. só o é porque temos memória curta.
Em geral vive-se frustradíssimo por se levar o sexo como se leva, e por isso é que fico contente quando vejo a geração da minha irmã (13 anos) ter outra visão das coisas, uma visão "menos complikada".