Uma Visão do Ser
Sempre adorei arte. Desde sempre me senti fascinado pela míriade de formas que esta pode adoptar. Lembro-me vivamente de um dia em que, de conversa com uma professora de Ciências Físico-Quimicas, me mostrei indeciso pela carreira que teria de seguir no futuro. Por um lado as ciências, o desbravar do conhecimento. Por outro lado as artes e as letras, o teatro e a expressão da criatividade. Não obtive resposta na altura mas no dia seguinte, essa professora trouxe-me um pequeno poema do poeta António Gedeão, ou Rómulo de Carvalho na sua vertente de professor de Ciências Fisico-Químicas. Aquele momento foi de autêntico êxtase. Era exactamente o que eu precisava de ouvir e posso dizer que, de certa forma, aquela atitude perante a minha indecisão, modificou a minha forma de ver o mundo.
Agora a decisão já foi tomada e o caminho já o estou a seguir. As ciências. Mas tenho sempre mantido um contacto muito intimo com as artes, desde a passagem pelo teatro, pelas artes orientais, pelo movimento, pela poesia e pela prosa, pela fotografia and so on... E sinto-me sempre preenchido de uma imensa força criadora quando presencio a interpenetração das diferentes dimensões do ser-se humano. Porque mais importante do que ter uma visão do ser, é saber procurar sempre para lá do horizonte, onde a génese ocorre neste momento que passou.
"The nitrogen contained in our genes
The calcium in our teeth
The iron in our blood
And the carbon in our apple pie
Were made in the cosmic kitchen that is the star.
Our bodies are made up of the particles that constitute the stars.
Indeed
In a very profound sense
We are children of the stars."
por Carl Sagan in "Cosmos"
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